Lula e o pedido de exílio da iraniana

por Gabriel Pinheiro


O Irã tornou-se o centro das atenções com seu projeto nuclear. O Brasil defende o projeto iraniano, que segundo próprio país visa somente a produção de energia. Nessa semana, a relação entre os dois países voltou a ser destaque, mas não pela questão nuclear. Em discurso no Boca Maldita, em Curitiba, Lula anunciou que pretende pedir ao Presidente do país Mahmoud Ahmadinejad o exílio da iraniana Sakineh, condenada a morte por adultério.

Antes de tomar essa atitude, Lula foi alvo (novamente) da imprensa nacional. A questão nuclear já fora duramente críticada e discutida com pessimismo, e a decisão posterior do Conselho de Segurança da ONU em aplicar novas sanções ao país foi festejada. Lula foi criticado por não colocar a questão dos direitos humanos no Irã na pauta de discussões com Ahmadinejad.

Muitos não enxergam (provavelmente por vontade própria) que a solução é muito mais complicada que simplesmente fazer um pedido. O fato de Lula ser próximo de Ahmadinejad não lhe dá o direito de críticar e obrigar o país agir de forma diferente, não só no caso da iraniana, mas também em outras questões.

O Irã é um país teocrático, por conta disso, várias das decisões tomadas por seus líderes são vistas com maus olhos pelos países ocidentais. Sim, o fato de viverem e criarem leis baseadas nos ensinamentos religiosos não é bem aceito por uma população como a nossa, que vive em um Estado Laico. A pena de morte por conta de um adultério (quando poderíamos imaginar isso no Brasil?) não é uma decisão do Presidente iraniano, é uma lei do país, que ultrapassa anos, mesmo parecendo antiquada para nós.

Segundo o britânico The Guardian, o Irã mostrou sinais de que poderá flexibilizar sua posição sobre o caso, que pode ter mudado após a declaração de Lula, e é possível que ela tenha sua vida poupada.

Nenhum país do mundo tem o impacto que o Brasil e a Turquia têm com o Irã agora. Estes dois países podem salvar a vida da minha mãe.

Sajad, filho da iraniana condenada à morte.


Fonte: na Roda Viva

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