Dilma escreverá manifesto se posicionando contra a descriminalização do aborto e o casamento homossexual

Gerson Camarotti, Gustavo Miranda, Luiza Damé, André de Souza e Cristiane Jungblut

Dilma durante o encontro com lideranças religiosas, em Brasília - Foto de divulgação

BRASÍLIA - Em reunião com lideranças religiosas nesta quarta-feira, ficou acertado que a candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT) escreverá uma carta aberta em que se coloca contra pontos polêmicos para setores religiosos, como a descriminalização do aborto e o casamento homossexual. Em contrapartida, as lideranças, que incluem várias denominações evangélicas do país, redigirão outro documento em que declaram apoio à candidata. Parte deles também gravará depoimentos favoráveis a Dilma. Os dois documentos devem ficar prontos até sábado.

Um dos presentes, o senador reeleito Marcelo Crivella (PRB-RJ), ligado à Igreja Universal, disse que estes assuntos serão de competência do Legislativo, e não do Executivo. E mesmo que o Congresso venha a aprovar tais pontos, Dilma, de acordo com Crivella, se comprometeu a vetá-los.

Qualquer assunto que traga um cisma, um abalo na cultura religiosa do país, ela vetará

- Qualquer assunto que traga um cisma, um abalo na cultura religiosa do país, ela vetará - afirmou.

Segundo o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Dilma foi específica quanto a vetar qualquer item que cerceie a liberdade religiosa nos cultos. Isso é uma referência a um ponto do projeto de lei 122, pelo qual as igrejas temem não poder se manifestar contrariamente ao casamento homossexual, sendo enquadradas como homofóbicas.

Crivella critica campanha de Serra

Crivella criticou ainda a campanha adversária, do tucano José Serra, que seria a responsável por confundir os eleitores com temas religiosos.

Temos que tirar da pauta a questão religiosa

Desde a reta final do primeiro turno, temas de teor religioso, como o aborto, têm sido uma questão bastante presente na campanha. Dilma, inclusive, tem sido alvo de uma campanha na internet que a coloca em posição favorável à liberação do aborto, o que desagrada parte do eleitorado mais conservador e religioso.

- Queremos desmistificar esses boatos que estão enganando pessoas bem intencionadas - declarou.

- Temos que tirar da pauta a questão religiosa.

Questionado sobre o fato de o bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal, já ter declarado ser favorável à descriminalização do aborto, ele disse que essa era uma posição pessoal.

- Tem que fazer essa pergunta ao bispo (Macedo). Eu sou contra. E não é uma posição da Igreja, mas uma posição pessoal dele.

Segundo o pastor Ivanir de Moura, presidente da Federação Evangélica de Santa Catarina, também presente na reunião, Dilma destacou a necessidade da ajuda divina para ganhar a eleição.

- Ela afirmou que precisa de Deus, primeiramente, e dos votos - disse o religioso.

De acordo com ele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que também esteve presente, pediu apoio e ressaltou que em seu governo, as igrejas tiveram muita liberdade.

Entre os presentes no encontro estavam o governador reeleito da Bahia, Jaques Wagner (PT), o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), o senador reeleito Magno Malta (PR-ES), os senadores eleitos Lindberg Farias (PT-RJ) e Walter Pinheiro (PT-BA), o deputado e bispo Robson Rodovalho (PP-DF), presidente da Igreja Sara Nossa Terra, e a ex-ministra Benedita da Silva (PT-RJ), além do deputado e bispo Manoel Ferreira (PR-RJ), presidente da Assembleia de Deus da Madureira, e o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ)

Fonte: EXTRA

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