CIÊNCIA: Mesmo na idade adulta, alfabetização promove reorganização do cérebro

o G1, em São Paulo

Estudo analisou 41 brasileiros e 22 portuguesesPesquisa mapeou cérebro de 41 brasileiros e
22 portugueses (foto: cortesia Rede SARAH)

A alfabetização reorganiza o cérebro mesmo quando a pessoa aprende a ler já adulta. Cientistas compararam a atividade cerebral de analfabetos com a de alfabetizados e verificaram que aprender a ler altera funções do córtex. Córtex é a camada periférica dos hemisférios cerebrais, sede de funções nervosas elaboradas, como os movimentos voluntários.

Como a escrita é invenção relativamente recente na história da humanidade, não é possível afirmar que tenha influenciado a evolução genética do cérebro humano. “O seu aprendizado pode originar-se na reciclagem de regiões cerebrais preexistentes e reservadas a outras funções, porém suficientemente plásticas para passar a dedicar-se à identificação dos sinais escritos e à sua ligação com a linguagem falada”, diz Lucia Willadino Braga, neurocientista com pós-doutorado no Hôpital de la Pitié-Salpêtrière, na França, e uma das coordenadoras da pesquisa.

O córtex visual reorganiza-se quando a pessoa aprende a ler por meio de uma “competição” entre a atividade nova de leitura e as atividades mais antigas de reconhecimento de faces e de objetos. Durante a alfabetização, a resposta às faces diminui levemente à medida que a competência de leitura aumenta na área visual do hemisfério esquerdo. Ou seja, a ativação às faces desloca-se parcialmente para o hemisfério direito. Não se sabe, ainda, se essa competição tem consequências funcionais para o reconhecimento ou a memória de faces.

No caso dos analfabetos, essa área visual do hemisfério esquerdo, que nos leitores descodifica as palavras escritas, só controla o reconhecimento visual de objetos e de faces.

Fonte: G1



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