Biden critica Israel por plano de assentamentos na Cisjordânia

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Por Adam Entous e Mohammed Assadi

RAMALLAH, Cisjordânia (Reuters) - O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, criticou publicamente Israel nesta quarta-feira por planos de ampliar assentamentos judaicos, dizendo que o projeto mina esforços de paz após palestinos concordarem com conversas mediadas pelos EUA.

"Ambos os lados estão incumbidos de construir uma atmosfera de base para negociações e não complicá-las", disse Biden a jornalistas ao lado do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, na cidade de Ramallah, na Cisjordânia ocupada.

"A decisão de ontem (terça-feira) do governo israelense de avançar em planos para novas unidades residenciais em Jerusalém Oriental mina a confiança... que precisamos agora para iniciar... negociações proveitosas", disse Biden.

Em Jerusalém, um ministro israelense se desculpou pelo que chamou de "embaraço" causado a Biden pela notícia de que Israel construirá 1.600 novas casas para colonos em uma área da Cisjordânia ocupada anexada a Jerusalém.

O anúncio de Israel, feito na terça-feira, mudou o tom da visita na qual Biden focou em reafirmar a israelenses o comprometimento do presidente norte-americano, Barack Obama, com a segurança do Estado judeu ante uma possível ameaça nuclear iraniana.

Assessores do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disseram que ele foi pego de surpresa pelo anúncio do plano feito pelo Ministério do Interior, liderado pelo Shas, um partido ultraortodoxo e nacionalista.

Os palestinos, que passaram meses exigindo a paralisação completa da ampliação dos assentamentos como pré-requisito para a retomada das negociações, abandonadas desde dezembro de 2008, aceitaram nesta semana participar de um diálogo indireto, sob mediação dos EUA. Ainda não há data, local nem pauta definida para esse processo.

A chefe de política externa da União Europeia, Catherine Ashton, pediu que Israel reverta a decisão de ampliar assentamentos e evite tomar ações unilaterais.

Em novembro, Netanyahu determinou um congelamento por dez meses na expansão dos assentamentos da Cisjordânia, mas isso não inclui áreas anexadas ao município de Jerusalém sem o consentimento internacional.

(Reportagem adicional de Alastair Macdonald, Mohammed Assadi, Ali Sawafta e Tom Perry em Ramallah)

Fonte: REUTERS BRASIL

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