Contra-revolução sexual

Campanha evangélica pela castidade pré-conjugal e discurso de artistas como os Jonas Brothers revalorizam a virgindade entre a juventude cristã


De CristianismoHoje

Nos palcos de todo o mundo, eles galvanizam a atenção das adolescentes. Joe, de 19 anos; Kevin, 21; e Nick, de 16 – os Jonas Brothers –, são alguns dos artistas mais badalados do momento. O trio americano tem músicas açucaradas, como convém às bandas do gênero. Quem não se lembra, por exemplo, dos portorriquenhos do Menudo, uma coqueluche entre as teens dos anos 1980, ou dos rapazes do extinto grupo Polegar, cujos pôsteres ilustravam os quartos das adolescentes de sua época? Mas os Jonas Brothers chamam a atenção por algo diferente. Assumidamente cristãos, os jovens artistas caminham na contramão dos colegas do showbiz e fazem da defesa da virgindade pré-conjugal uma de suas bandeiras. Eles juram de pés juntos que se manterão castos até o casamento, no que têm sido seguidos por milhões de fãs.

Ninguém sabe se o compromisso será seguido à risca, mas fato é que os Jonas Brothers, todos ex-alunos do Eastern Christian High School, em North Haledon, New Jersey (EUA), conseguiram fazer de algo considerado fora de moda um tema obrigatório nas conversas de inúmeros jovens como eles – a valorização da virgindade. O grupo faz do uso do chamado anel de pureza – acessório que os adeptos do movimento fazem questão de ostentar – e de declarações favoráveis à castidade suas marcas registradas em shows, entrevistas e aparições públicas. “As alianças servem como lembrete constante para viver uma vida com valores”, diz Nick, o mais novo dos Jonas Brothers.

O movimento religioso em prol da abstinência sexual até o casamento teve início em 1994, na cidade americana de Baltimore. Inconformadas com a pressão que sofriam na escola por serem virgens, duas adolescentes evangélicas queixaram-se ao pastor de sua igreja, de denominação Batista. Por iniciativa delas, foi organizada uma reunião com outros jovens para discutir a questão da sexualidade sob a ótica bíblica. Dali, surgiu uma campanha, que recebeu o nome de True love waits, algo como “O amor verdadeiro espera”. Logo, o projeto estendeu-se para as escolas e demais instituições ligadas à juventude, sendo adotado posteriormente por diversas orientações religiosas. Jimmy Hester, atual coordenador do programa, informa que já existem cerca de 3 milhões de jovens envolvidos diretamente com a causa. “Esse é o número que temos documentado. Durante as palestras, muitos adolescentes assinam nosso acordo de adesão”, explica.

Inicialmente, a organização do programa lançou uma pulseira de plástico para simbolizar a preservação da castidade. Mais tarde, ela foi substituída por um pingente de prata, mas só com o anel da pureza houve uma maior popularização do movimento pró-pureza sexual entre os jovens, inclusive aqui no Brasil. O estudante Renan Scott, de 16 anos, membro da Assembleia de Deus em São Paulo, acha que a postura de gente famosa como os integrantes do Jonas Brothers repercute positivamente. “Eles estão corretos e simplesmente mostram o que acreditam. Identifico-me com a atitude deles em mostrar sua fé para todos, indo completamente contra o ritmo do jogo e do que a mídia impõe”. O “jogo”, no caso, é a liberalidade sexual. O adolescente conta que, para a maioria de seus amigos, o sexo funciona como fonte de prazer, de popularidade e de admiração entre os colegas. “Todos querem ser o grande pegador, o bonzão”, critica.

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Conflito – Embora não use o anel por considerá-lo modismo, Andréia Maressa, 17, evangélica batista, defende que homem e mulher devem se guardar para o casamento. Ela cita o texto de I Tessalonicenses 4: “Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação; que vos abstenhais da prostituição”. A jovem lembra que o compromisso maior é com Deus. “Quando me questionam como posso ter certeza de que este momento será especial sem experimentar antes, respondo que foi o Senhor quem me criou e também criou o sexo”, afirma. “Mas a pureza sexual vai muito além de não fazer sexo, está no ato de pensar, de falar e de agir.”

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