Paulo, o fiel discípulo de Jesus

Por Silas Tostes

E m sua edição de número 195 (dez/ 2003), a revista SuperInteressante publicou matéria intitulada “O homem que inventou Cristo”, do jornalista Yuri Vasconcelos. A chamada de capa foi: “São Paulo traiu Jesus?”. Em sua abordagem, tanto o autor quanto alguns acadêmicos afirmam que o apóstolo Paulo, além de ter sido um traidor de Jesus, inventou o cristianismo.

Tais alegações, no entanto, não podem passar sem serem respondidas devidamente.

A matéria sugere que Paulo foi, na verdade, um homem desonesto, pois palavras e expressões como “traiu”, “deturpou” e “autor de fraudes” são usadas em referência ao apóstolo. O cerne da matéria segue a linha de pensamento de Mahatma Ghandi e outros pensadores, os quais coadunam com a idéia de que “as cartas de São Paulo são uma fraude nos ensinamentos de Cristo”.1

Mas qual é o fundamento dessa acusação? Somos categóricos em afirmar que o ensino de Paulo não está em discordância com os ensinos de Jesus, e dos demais apóstolos. Portanto, Paulo não foi fraudulento.

Não ignoramos o fato de, inúmeras vezes, constar do artigo alusões de que Paulo foi e é muito influente na formação do cristianismo, tal como o conhecemos hoje. Mas não é possível concordar que Paulo estava em discordância com Jesus e com os demais apóstolos.

A influência de Paulo está na relação direta do fato de que ele avançou por diferentes partes do Império Romano, bem como por ter sido o que mais expôs os ensinos aceitos pelos apóstolos e oferecidos por Jesus. Mas isto não quer dizer que os tenha inventado. Não foi este o caso, conforme demonstraremos.

Primeiro, responderemos à alegação quanto a veracidade dos escritos de Lucas. Depois, duvidaremos do fato de que os demais apóstolos não saíram da Palestina. E, finalmente, responderemos às alegações contra Paulo, colocando o apóstolo em desarmonia com Jesus e os doze apóstolos.


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