ONU alerta que 750 mil podem morrer de fome na Somália, onde 4 milhões já são afetados

Meninas carregam crianças subnutridas em Banadir, ao sul de Mogadíscio, em agosto - Reuters

MOGADÍSCIO - A fome que avança pela Somália já afeta mais da metade da população do país e pode matar até 750 mil somalis nos próximos quatro meses. O alerta foi feito nesta segunda-feira pelo Centro de Análise para a Segurança Alimentar (FSNAU) das Nações Unidas. A organização afirmou que "dezenas de milhares de pessoas já morreram, a maioria crianças", em países como Somália, Quênia, Etiópia e Djibuti, devastados pela seca e pela violência que dificultam o combate à fome.
Ao anunciar que a fome chegou à região somali de Bay, a sexta a ser atingida, a ONU alertou que o momento para a comunidade internacional agir é agora. Segundo a ONU, o estado de fome é verificado quando ao menos 20% dos lares enfrentam uma grave escassez de alimentos, 30% da população sofrem desnutrição grave, e a taxa de mortalidade diária é de duas em cada 10 mil pessoas.
"Há uma janela de oportunidade para que a comunidade humanitária pare e reverta essa tendência dramática ajudando fazendeiros e pastores, além de outras intervenções de emergência" disse Luca Alinovi, autoridade da FAO - organismo ao qual o FSNAU está submetido - responsável pela Somália.
Além das condições econômicas e climáticas, as agências de ajuda enfrentam dificuldade para chegar a determinadas áreas, já que estão banidas da região pelo grupo rebelde al-Shabaab, que tem conexões com a al-Qaeda e controla parte do país. Atualmente, a maior parte da ajuda é distribuída a pessoas que conseguem chegar a Mogadíscio ou a campos de refugiados em Quênia e Etiópia.
"Com as atuais condições de segurança alimentar, a fome deve se espalhar por populações agrárias e pastorais em Gedo, Hiran, Shabelle e Juba e populações ribeirinhas de Juba e Gedo nos próximos quatro meses", explica Grainne Moloney, assessor técnico do FSNAU, no texto sobre a Somália.
Agências humanitárias calculam que 13 mihões de pessoas passam fome na África Oriental.
"Se se mantiver o nível atual da resposta (à crise), a fome aumentará ainda mais nos próximos quatro meses", adverte o comunicado do FSNAU.
As Nações Unidas patrocinam na capital da Somália, Mogadíscio, uma reunião de cúpula para ajudar a encontrar um caminho à realização de eleições em 2012. Sem um governo funcional desde 1991, mais de 150 mil refugiados procuraram ajuda internacional nos últimos meses. Informações Extra online


jovensqueoram.blogspot.com



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A UNIÃO ENTRE OS IRMÃOS

Evangélicos praticam o nudismo “sem culpa” em praias brasileiras

Mateus 6:16-18