Bolívia: Analistas prevêem mais disputas após referendo



A ameaça da oposição boliviana de não acatar a provável vitória do "sim" no referendo sobre uma nova Constituição para o país preocupa analistas ouvidos pela BBC.



Após a divulgação de resultados preliminares indicando aprovação da Carta, representantes oposicionistas declararam sua intenção de não respeitar o resultado no Congresso, o que para muitos pode levar a um impasse político.
"Com a vitória do 'sim', o processo de implementação da nova Constituição vai ser complicado, tanto por razões políticas quanto operacionais", disse à BBC Brasil o cientista político Jorge Lazarte, professor da Universidade Católica Boliviana.
"A oposição atuará com força porque o projeto tem marcas indígenas, com as quais parte da população não se sente identificada."
Para Lazarte, faltou mais debate para definir o texto com um consenso maior.
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Na opinião do analista político e indigenista Fernando Untoja a série de disputas entre governo e oposição não terminou com esta eleição.
"Essa é uma guerra que começou há muito tempo e se chegou a pensar que esta eleição seria o último capítulo. Mas não, é só mais uma batalha", disse.
Após ouvir discursos da oposição defendendo o "não" à nova Carta Magna, Untoja destacou que a harmonia nacional ainda está distante. O analista se referiu em particular a declarações do presidente do Comitê Cívico Santa Cruz, Branko Marinkovic, que contestou a vitória do "sim".
"Os dois lados (governo e oposição) caminham, outra vez, para o enfrentamento. Os dois lados devem definir, pela via do diálogo, que Estado queremos e o que é melhor para a Bolívia".
Para o professor de direito da Universidade Maior de San Andrés Ramiro Moreno Baldivieso, que analisou o texto constitucional, a situação poderia ser ainda mais complicada se a vitória do "sim" tivesse sido apertada. Segundo pesquisas de boca-de-urna, o texto da nova Carta foi aprovado por cerca de 60% dos eleitores.
Para agravar ainda mais a situação, a prefeita (governadora) de Chuquisaca, a indígena Savina Cuellar, convocou um "desacato" ao texto, por entender que a votação foi fraudulenta.

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