Nem só de pão

Brasileiros ainda lêem pouco, mas pesquisas mostram que Bíblia continua sendo campeã de preferência e editoras já enxergam futuro mais promissor para literatura cristã.

Corredores lotados na Expo Cristã, maior feira de produtos cristãos da América Latina: segmento editorial é a locomotiva do setor.
A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil 2008, encomendada pelo Instituto Pró-Livro ao Observatório do Livro e da Leitura e ao Ibope, traz informações preciosas para os evangélicos. Divulgada em setembro, a pesquisa investiga o hábito de leitura dos brasileiros e mostra que a Bíblia segue como o livro mais lido no país. Os demais livros cristãos, porém, ainda ficam muito atrás. Foram 5.012 entrevistados, abrangendo um conjunto de 172 milhões de pessoas – 92% da população. Desse contingente, 95,6 milhões teriam lido pelo menos um livro nos três meses que antecederam a entrevista, e assim foram considerados “leitores”. Em plena vigência do “Ano Machado de Assis”, para a Academia Brasileira de Letras, e do “Ano da Bíblia”, para a Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), os outros 77 milhões, que não teriam lido livro algum nos três meses anteriores, foram classificados como “não leitores”.Um total de 6,9 milhões de brasileiros estaria lendo a Bíblia no momento da pesquisa, número 18 vezes maior do que o livro que aparece na segunda colocação, a ficção O Código Da Vinci, do inglês Dan Brown, cujo enredo mostra a fé cristã como uma trama conspiratória. A Bíblia também ficou na frente como “gênero” mais lido (45% dos leitores) e foi citada como “livro mais importante da vida” dos entrevistados – dez vezes mais lembrado que o segundo colocado, o Sítio do Pica-Pau Amarelo, título que na verdade não existe, mas é uma referência à literatura de Monteiro Lobato. Mesmo entre os “não leitores”, a Bíblia teria sido a última leitura de 4,5 milhões de pessoas.Esses números não surpreendem o pastor luterano Erní Seibert, de 55 anos, secretário de Comunicação da SBB. “Não há outro livro mais lido e distribuído, com tantos grupos que se reúnam para lê-lo ou estudá-lo toda semana. É livro de referência diária para o cristão”, diz, lembrando que em 2007 a SBB distribuiu 5,16 milhões de exemplares das Sagradas Escrituras. Somadas às que teriam sido impressas por outras editoras evangélicas e católicas, chega-se a cerca de 8 milhões de bíblias distribuídas só no ano passado. “E há espaço para crescer mais”, observa Seibert, explicando que muitos dos exemplares foram parar nas mãos de gente que já costuma ler as Escrituras. “A durabilidade média de cada Bíblia é de 12 a 15 anos, se manuseada com freqüência. A pessoa, então, quer uma nova”, comenta.

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