Cresce participação de evangélicos, mas será que é pra valer?
Qual é a formula de um programa de variedades? Assistencialismo, musicais, entrevista sobre a intimidade dos famosos. Um drama sempre é bom e aumenta a audiência. Um sistema simples e leve para entreter o trabalhador brasileiro. No palco ao lado de hits do momento como Zezé de Camargo, Chitãozinho, Luan Santana, uma entrevista com artistas evangélicos. Diferente do passado quando as participações se limitavam a curtos momentos e sempre com algum contexto acusador, os evangélicos se tornaram figurinhas carimbadas de programas nas duas maiores redes de TV: Globo e SBT.
E ai vale de tudo: cantores disputando jogos de conhecimento geral, bate papo sobre intimidades e respondendo perguntas sobre comportamento. Um caso recente foi à overdose destes cantores na TV neste último final de semana.
No sábado, dia 16, o dia começou com a participação de Aline Barros na TV Xuxa, na Rede de Globo. Amigas de longa data – no tempo em que Aline gravou uma canção em que chamava Xuxa de rainha dos baixinhos -, a cantora apresentou seu livro, seu CD e levou seu filho.
Xuxa por sua vez chamou Aline de rouxinol e não poupou elogios a artista. Em outra estação, Raul Gil, um dos pioneiros do gênero - e amigo de muitos cantores evangélicos, diga-se de passagem -, convida seus calouros a repetirem exaustivamente hits do cancioneiro cristão.
No domingo, dia 17, na guerra dos domingos, Eliana levou Ana Paula Valadão, ícone pop da Igreja Batista da Lagoinha. É uma tentativa da loira do SBT conquistar uma fatia que até mesmo Fausto Silva já conquistou.
A cantora falou de seu ministério e Eliana – fazendo a linha informada - teceu elogios a pastora como se fosse uma boa ouvinte da música cristã. A líder do DT participou da seleção de ‘novos artistas gospel’ – e coloca gospel mesmo! -, num concurso que olha apenas a música, jogadas de câmera e se o artista fica bem no vídeo.
O Domingão terminou com o pedido de louvores dos jogadores de futebol Magno Alves, do Atlético Mineiro; e Wellington Luis, do Figueirense. Apenas a Record, que por coincidência do destino, é ligada a Igreja Universal do Reino de Deus, dita evangélica, isola o grupo.
Seja em apresentações musicais, entrevistas, ou, até mesmo, pedindo gols, sua participação é frequente e acende a questão: a televisão descobriu uma nova grande fonte de audiência? Mas, qual a real intenção das emissoras em exibir o segmento?
A população de evangélicos no Brasil teve um aumento significativo nos últimos anos. Obviamente, os meios de comunicação, assim como as indústrias e o comércio, se esforçam para atrair esse novo grande público, afinal, isso representa lucro. É importante agradar um grupo tão expressivo e exigente. As emissoras não estão fazendo nada além de tentar melhorar seu número de telespectadores, o que, pelo visto, tem dado resultados.
De qualquer forma, tal fato não anula a grande oportunidade que essas participações representam, de pregar o evangelho e o amor de Jesus em rede nacional.
Fonte: CREIO
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