DEPOIMENTO-Jornalistas ajudam em desastres como o do Haiti?

Photo

Por Andrew Cawthorne

PORTO PRÍNCIPE (Reuters) - "Pode me ajudar?"

"Ah... Talvez os soldados norte-americanos ou a Cruz Vermelha lá em cima possam".

"Não. Você pode me ajudar? Preciso que você ajude meu bebê".

A haitiana que levava uma criança ferida e febril me pegou desprevenido enquanto eu fazia algumas entrevistas com sobreviventes do terremoto em um campo de refugiados.

Olhando nos meus olhos, com uma insistência digna, ela fez uma pergunta que se insinua desconfortavelmente na cabeça de correspondentes estrangeiros há gerações: podemos ajudar?

Às vezes, como ocorre no Haiti nestes dias sombrios desde o terremoto do dia 12, o cronista não pode evitar se tornar participante, por mais que deseje usar o notebook ou a câmera como escudos.

O rosto daquele bebê estava tão coberto de cortes, pus e feridas que era difícil de olhar. Em torno dele, no mesmo acampamento, havia 50 mil refugiados. Além dali, em uma miríade de acampamentos, havia centenas de milhares mais: desabrigados, famintos e machucados pelo terremoto. Não estavam lá, porém, para servirem de objeto de pena: muitos realizavam atos de heroísmo dos quais nós, escribas que proliferávamos como ervas daninhas, jamais seríamos capazes.

Fonte: REUTERS BRASIL

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A UNIÃO ENTRE OS IRMÃOS

Evangélicos praticam o nudismo “sem culpa” em praias brasileiras

Mateus 6:16-18