PENTECOSTES

Rev. Armindo L. Müller *

Depois da morte de Jesus encontramos trancado numa casa um grupo de pessoas amedrontadas e desanimadas. Estão juntos, porque precisam de apoio mútuo. Ficam recordando o passado. Há poucas semanas, o seu amigo e companheiro tinha sido condenado e executado. Recordam o convívio com Jesus, suas palavras, a sua morte e ressurreição. Estão reunidos sem saber o que fazer, esperando que Deus faça algo. Mas estão orando e ouvindo a palavra de Deus.

E, de uma hora para outra, este grupo se transforma num conjunto de pessoas animadas e encorajadas. Abrem as portas e começam a falar sem medo aos quatro ventos.

O que aconteceu com eles ? Como explicar esta transformação radical ?
A Bíblia diz que Deus enviou o Espírito Santo e, onde este estiver, começam a acontecer coisas milagrosas.

Mas o que significa isto ?

A Bíblia fala em fogo e vento. O vento empurra, levanta, põe em movimento. O vento renova o ar viciado e faz andar. O fogo aquece e produz luz e calor. Em outras palavras: Deus põe vida nestas pessoas. E estas são levadas a falar do que este Deus tem feito nas suas vidas. Desta forma Deus começa a construir a sua igreja, uma igreja eterna, feita de pedras vivas, na qual o Cristo é a pedra angular. E o Espírito Santo está ali onde esta palavra é pregada e aceita como algo que vem de Deus, além de reunir estas pessoas numa comunidade.

Assim, Pentecostes é o contrário do que aconteceu em Babel. Ali as pessoas se separaram, porque queriam subir, chegar ao céu, queriam fazer grande o seu nome. E queriam até mesmo usar Deus como instrumento de seus planos criativos. Cada qual estava preocupado com o seu prestígio e com isto o diálogo e a comunicação ficam prejudicados. E então, as palavras, por mais banais que sejam, tornam-se meios de auto-afirmação. Este tipo de religião não cria união, mas confusão e separação.

Pentecostes indica um rumo diferente. Num mundo cheio de torres, de religiões, de opiniãos políticas, filosóficas e religiosas, Deus cria uma nova vida. E o faz por meio da Sua palavra. E, enquanto pessoas falam dos feitos de Deus, cria-se reconciliação e aproximação. Se com nossas simples palavras podemos aproximar, curar, animar e consolar, quanto mais não será possível com a palavra de Deus?

E esta palavra anuncia que Deus não é um Deus ausente, mas que continua a agir e jamais abandona os que nele confiam. Esta palavra une e congrega os que a a ouvem e aceitam. E, uma vez aceita, esta palavra leva a falar, a servir e a amar. Ela dá nova vida, conforta, consola, guia e orienta na vida. E nos dá a certeza de que jamais estamos sozinhos neste mundo. E é, por isto, que o nosso mundo tem salvação.


* Armindo L. Müller nasceu em Panambi (ex-Neu Württemberg) - na época ainda pertencente ao município de Cruz Alta - a terra de Érico Veríssimo) em 01.09.1942, como filho mais velho de Artur Teodoro Müller e Hilda Radmann Müller. É descendente de um dos três pioneiros da localidade, fundada em 1899 por imigrantes alemães...
Fonte: www.luteranos.com.br

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