Igreja cristã passou por várias divisões através da história


Procissão em Belém, cidade natal de Jesus Cristo
Procissão em Belém, cidade natal de Jesus Cristo

Os relatos bíblicos sobre a vida de Jesus Cristo foram fortemente influenciados pelas correntes teológicas da igreja cristã primitiva.

Não existe na Bíblia histórias sobre a vida de Cristo entre 12 e 30 anos. De acordo com os relatos bíblicos, a mãe de Jesus – Maria - era virgem quando engravidou.

E sua concepção teria sido uma intervenção do Espírito Santo que encontrou nela uma jovem pura e digna de trazer o salvador ao mundo.

Para os cristãos, Jesus é o filho de Deus que veio à Terra em forma de homem para restaurar o relacionamento do ser humano com Deus.

Ressurreição

Segundo a Bíblia, Cristo morreu após ser crucificado, mas ressuscitou ao terceiro dia em Jerusalém.

Os cristãos acreditam que, durante sua vida, ele mostrou ao mundo como se reconciliar com Deus.

Acredita-se ainda que se deve viver de acordo com o exemplo de Jesus Cristo: amar Deus, amar o próximo como a si mesmo e repartir a mensagem de Cristo com os outros.

No cristianismo, acredita-se que ao morrer na cruz, Jesus trouxe o perdão de Deus a todo o que nele crê e ainda construiu uma ponte entre Deus e o ser humano.

Essa ponte havia sido rompida com o advento do pecado de Adão e Eva, no início do mundo, que separou o ser humano de Deus.

Salvação

O cristão bíblico acredita em somente uma vida aqui na terra e outra que se chama vida eterna, após a morte.

Caso tenha vivido de acordo com a vontade de Deus, o ser humano recebe a morada eterna no céu como recompensa, mas existe também a possibilidade de condenação a uma vida eterna no inferno em caso de desobediência à vontade de Deus.


Tumba de São Pedro no Vaticano

Cristãos evangélicos acreditam que a escolha entre o céu ou o inferno é feita ainda em vida: quem aceita Jesus como Salvador vai para o céu, quem o rejeita não.

A figura de purgatório é inexistente para evangélicos, mas persiste em variadas correntes da igreja católica apostólica romana.

Algumas correntes teológicas discutem sobre a existência de céu e inferno. Há diferenças também sobre o destino da alma.

Para alguns, praticar boas obras basta; para outros, só Jesus salva numa salvação gratuita que vem de Deus, “não vem de obras para que ninguém se glorie”, diz o apóstolo Paulo.

Os principais ramos do cristianismo

O grande Cisma entre aos católicos do Ocidente e os do Oriente, conhecidos como ortodoxos, acontece em 1054.

O racha com a igreja do Ocidente aconteceu por causa de um conflito sobre a autoridade suprema do papa.

Também havia divisões sobre uma cláusula presente no credo católico que estabelece que o Espírito Santo vem do filho de Deus como também de Deus.


Cruz e adoração

No século 16, é a vez da Reforma que cria a igreja protestante liderada pelo monge alemão Martinho Lutero.

Estas foram as maiores divisões dentro do segmento judaico-cristão.

Mas nem tudo é marcado por diferenças. Tanto a igreja católica como a ortodoxa, por exemplo, reconhecem os sete sacramentos: batismo (visto como mandamento de Jesus, é aceito na infância ou vida adulta, simboliza morte para uma vida de pecado), confirmação, casamento, ordenação, penitência (sacramento da reconciliação), extrema unção e a missa.

Igrejas do Oriente

Este grupo se refere a igrejas ortodoxas e os que partilham das éticas cultural e espiritual que se originam no Império Bizantino.

Há mais de 214 milhões de cristãos ortodoxos atualmente. Quatro patriarcados desfrutam de autoridade e status especial: Alexandria, Antioquia, Jerusalém e Constantinopla.

Estas igrejas se localizam no leste da Europa, em países eslavos e no leste do Mediterrâneo. A veneração de ícones é parte importante da adoração em particular e em público de ortodoxos.


Cristão ortodoxo celebra a páscoa

Monastérios também têm função fundamental na história da igreja. O monte Athos, na Grécia, é o centro monástico desde o século 10.

A Igreja Católica Apostólica Romana

Com sede no Vaticano, a Igreja Católica Apostólica Romana se mantém como a maior das denominações cristãs, com aproximadamente 1 bilhão de fiéis.

Esse grupo tem origem na igreja ocidental da Idade Média. Os católicos crêem na primazia e autoridade do papa, que é tradicionalmente considerado representante de Cristo na Terra e sucessor de Pedro, um dos discípulos de Jesus e que se tornou o primeiro bispo de Roma.

Em matéria de fé e moral católicas, o que o papa diz é interpretado como obrigatório e correto para todos os seguidores. Mas isso é passível de muito debate entre outros cristãos não-católicos romanos.


Papa João Paulo Segundo em seu papamóvel

A primazia da Igreja Católica, no entanto, foi alvo de reflexões no século 20 com a introdução do segundo Concílio do Vaticano (1962-1965), que elaborou grandes reformas e uma relação mais aberta com igrejas não-católicas.

Igrejas Protestantes

O grupo dos protestantes surgiu de um protesto contra a Igreja Católica no século 16 e congrega aproximadamente 500 milhões de pessoas.

As questões polêmicas na reforma foram o questionamento da autoridade do papa e sua infabilidade, a autoridade e acesso às escrituras e um significado preciso da eucaristia (o ritual da distribuição do pão e do vinho com estes elementos representando o sangue e o corpo de Cristo).


Igreja Luterana na Estônia

O ritual também é conhecido como Santa Ceia, em alusão à ceia tomada com os discípulos na véspera da crucificação de Jesus. A eucaristia é uma palavra grega que significa agradecimento e celebração.

A interpretação da eucaristia ou ceia, ou comunhão, é diferente em várias igrejas. Os católicos acreditam que o pão e o vinho são realmente o corpo e o sangue de Cristo em substância.

Para a maioria dos protestantes, trata-se apenas de um simbolismo, uma metáfora. A igreja protestante rejeita a supremacia do papa e de qualquer figura única representante de Cristo na terra.

Os protestantes enfatizam a autoridade da Bíblia e as tradições da igreja primitiva. Segundo protestantes, o crente é salvo pela graça de Deus.

Todos os que acreditam em Deus podem se tornar sacerdotes deste mesmo Deus.

Há quatro correntes principais da Igreja Protestante:

Anglicana ou Episcopal, Luterana, Renovada ou Presbiteriana e as igrejas livres, assim chamadas porque não são associadas aos Estados.



No Brasil, alguns exemplos de igrejas livres são: a igreja Batista, Metodista, Assembléia de Deus, Congregacional e Presbiteriana.

Na segunda metade do século 20, o Brasil experimentou o surgimento de igrejas neo-pentecostais, como Universal do Reino de Deus, Sara Nossa Terra, Comunidades Evangélicas, Igreja da Graça etc.

Igreja: casa de adoração

O lugar de adoração e louvor dos cristãos é chamado de igreja ou templo. Geralmente são construções em forma de cruz como altar voltado para o leste, onde nasce o sol.

A palavra igreja também se refere a um grupo de cristãos e denominações religiosas como a Igreja Anglicana, Luterana, Batista, Católica, Ortodoxa ou Metodista.

Para os cristãos, a Bíblia é o livro sagrado. Ela está dividida entre Velho Testamento, que compreende a bíblia hebraica, e o Novo Testamento, que traz relatos da vida de Jesus Cristo nos quatro primeiros livros, conhecidos como os Evangelhos, cartas escritas aos primeiros cristãos, e o Apocalipse, uma profecia sobre o fim do mundo.

Feriados da Igreja

A quaresma começa na quarta-feira de cinza quando algumas igrejas fazem missas especiais. Nessa data comemoram-se os 40 dias que Jesus passou jejuando no deserto.

Católicos praticantes usam a quaresma como um período de penitência.


Iconografia: tradição milenar

Para alguns, a data está errada, pois a quarta-feira de cinzas acontece exatamente 46 dias antes da páscoa, não 40, para isso não se contam os seis domingos durante a quaresma.

Já a igreja ortodoxa comemora a quaresma na segunda-feira da nona semana antes da Páscoa e termina a quaresma na sexta-feira antes da semana santa. A Igreja Ortodoxa não observa a quarta-feira de cinzas.

Semana Santa

É comemorada na semana antes da Páscoa e começa no Domingo de Ramos ou Domingo da Paixão, é o último domingo antes da Páscoa.

Esse dia está ligado à entrada triunfal de Jesus em Jerusalém antes de ser crucificado e morto. Em algumas igrejas, é marcado por uma procissão de fiéis carregando folhas de palmeiras.

Sexta-feira santa

É a sexta-feira antes da páscoa e comemora a crucificação de Jesus. É um dos dias mais solenes para os cristãos e é marcado por cultos e orações especiais.

O Dia da Páscoa

É o dia mais importante do feriado e talvez o mais alegre, porque marca a ressureição de Cristo. A Páscoa não ocorre sempre na mesma época. É o domingo que se segue à data no calendário eclesiástico da Lua cheia que acontece no dia 21 de março ou depois.


Imagem de Cristo no Rio de Janeiro, religião tem 2 bilhões de fiéis

A Lua cheia no calendário eclesiástico não ocorre sempre na mesma data da Lua cheia no céu, o cálculo pode ser bastante confuso.

Ascensão


Ela ocorre na quinta-feira, no quarto dia depois da páscoa e marca o ida de Jesus para o céu após ter passado um tempo na Terra.

Pentecostes

É celebrado no sétimo dia depois da páscoa. A data marca a descida do Espírito Santo sobre os cristãos e o nascimento da igreja
cristã. É um festival celebrado com mais frequência por igrejas carismáticas.

Fonte: BBC BRASIL.COM

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