A AÇÃO SOCIAL DA IGREJA

   Pr. Hélio Lourenço*


Descendo do monte de transfiguração
  Se não entendemos qual o compromisso que a Igreja tem, diante de Deus, com a sociedade secular, é possível que tenhamos uma visão míope com relação ao significado da presença da Igreja de Jesus Cristo no mundo.
       Praticamente, não existe qualquer dificuldade em admitir que a Igreja tenha um compromisso com a evangelização do mundo. Entendendo-se por evangelização do mundo a proclamação da mensagem da redenção que Cristo conquistou na cruz do Calvário. Também nenhum cristão duvida que a Igreja é uma comunidade que adora a Deus. Não existe, outrossim,  uma oposição ao cultivo da comunhão cristã, da fraternidade no seio da Igreja do Senhor.
       O conflito de ideais, o choque de conceitos e as interpretações irreconciliáveis surgem sempre de discutimos a Ação Social da Igreja. 
       Aceita-se, sem resistências, a prática da beneficência. O cuidado em assistir o próximo nas suas necessidades básicas, “principalmente os domésticos na fé.” 
       A ação social tem um sentido bem mais amplo. Ela visa agir na sociedade para que a pessoa humana, independente de raça, nacionalidade, cultura, religião, seja atendida nas suas necessidades básicas. Como ser criado à imagem e semelhança de Deus, todo homem deve receber o amor de Deus através das ações da Igreja do Senhor. 
       Para que a Igreja não perca a sua relevância para a sociedade, faz-se necessário que alguns erros sejam evitados. Consideremos alguns deles: 


1.Compreensão equivocada do que é sagrado e do que é secular.        Quando Jesus estava ensinando os seus discípulos sobre os desafios do Seu Reino todos acreditamos que era uma atividade sagrada. O mesmo acreditamos com relação à ação de Jesus expulsando uma legião de demônios. Mas o que pensamos da atividade de Jesus alimentando as multidões com “o pão que perece?” E o que dizer do procedimento do samaritano que socorreu, com sacrifício, o judeu assaltado? E sobre esse comportamento Jesus disse: “Vai tu e faze o mesmo.” Lucas 10.37


2.Falta de uma correta antropologia cristã.        Paulo não deixou de enxergar o homem como um todo. “E o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros...” I Tessalonicenses 3.23. Deus não ama apenas o nosso espírito. Deus não vê apenas a nossa alma, como também não atenta apenas para o nosso corpo. Deus nos fez uma personalidade rica, complexa.


3.Medo de cuidar das questões sociais em detrimento da ênfase que deve ser dada à ação evangelista da Igreja.       O chamado “Evangelho social”, que assustou os círculos evangélicos na primeira metade do século passado, ainda mantém muitos cristãos entocados. Muitas Igrejas estão com os olhos voltados para o céu sem perceberem os campos, na terra, que estão brancos para a ceifa. Comunidades inteiras que cultivam a visão do monte da transfiguração, mas que não trilham o caminho que as conduziria aos muitos vales desta vida, onde o demônio tem estabelecido o seu império, impondo tortura e flagelo ao espírito, à alma e ao corpo de criaturas pelas quais Cristo morreu. Jesus desceu do céu à terra para alcançar o homem perdido no emaranhado do sistema satânico que grassa neste mundo. No entanto, são muitos os filhos de Deus que aqui se encontram querendo viver como se estivessem no céu. São tantos os que não entendem que chegará o dia de gozarmos as delícias do céu, mas vivemos hoje o dia de encararmos os desafios da terra. 
       Hoje é o dia de nos realizarmos, servindo, constrangidos pelo amor sacrificial de Jesus. A Igreja terá que ter olhos que vêem, boca que proclama, joelhos que se dobram, mente que discerne, pés velozes, coração que se apaixona e mãos que não se cansam de fazer o bem.

* Pastor da Igreja Batista Teosópolis em Itabuna-Ba. 
Fonte: Revista Opinião Mais

jovensqueoram.blogspot.com

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A UNIÃO ENTRE OS IRMÃOS

Evangélicos praticam o nudismo “sem culpa” em praias brasileiras

Mateus 6:16-18