Quando errar não é tão humano



Um dito popular repetido várias vezes e assimilado pela nossa mente pode tornar-se uma espada de dois gumes para a nossa consciência. Munidos destas frases populares pode-se construir um ser humano depauperado de qualquer pudor e limite, ou pode-se conceber um ser capaz e digno e de uma conduta admirável.

Aqui, em especial, me reporto para a seguinte frase: “ ERRAR É HUMANO”. Em parte concordo com esta afirmativa, no que se refere a falibilidade do homem. De que apesar de todas as conquistas do homem nas mais diversas áreas da vida, ainda, este ser escorrega em determinado ponto , aqui ou ali. A normalidade com o erro, bem como a acomodação com este estigma é que me incomoda.

Não me excluo desta prerrogativa humana. Aliás, acho que sou o primeiro a ser impactado por estas palavras, já que me conheço muito bem. Talvez, por isso, me sinta à vontade para falar deste assunto, principalmente, no efeito que ele nos trás na vida diária.

Aceitar o ditado, que para alguns é bíblico, é tirar a responsabilidade dos nossos ombros. A lógica que muitas vezes permeia o nosso pensamento, mesmo que de forma inconsciente, é a seguinte:

ERRAR É HUMANO

EU SOU HUMANO

LOGO, EU ERRO.

A assertiva acima está parcialmente certa. O homem erra sim, mas deve buscar corrigi-se sob pena de ser pior que os irracionais. Se não vejamos: um burro que ao passar por determinado caminho e cai em um buraco, muito dificilmente voltará a passar pelo mesmo local. Já o homem que tem a faculdade do pensamento , do raciocínio, coloca esta virtude em xeque quando se arvora a não obedecer a experiência. O homem erra sim, mas a sua caminhada deve ser marcada pelas atitudes de acerto provenientes deste andar-apredizagem. Nem sempre errar é humano, muitas vezes é negligência, teimosia...

Não pretendo aqui dizer que devemos ter uma vida sem erros. Apenas digo que errar é humano na medida em que eu busco consertar-me. Esta postura é muito diferente de aceitar a afirmativa do dito popular e aplacar a consciência dos erros cometidos. Não mesmo!!!!!

Ante a esta questão devemos nos posicionar: ou somos reféns destes chavões, fadados a um não crescimento da humanidade existente em nós, ou teremos a possibilidade de colocar contra a parede os nossos erros, fazendo da próxima oportunidade uma chance de humanizar a nossa existência.

Certo da presença humanizadora Daquele que nos tirou das trevas para a Sua maravilhosa luz, despeço-me em PAZ!!!!

Hugo Júnior

Comentários

Eis-me aqui disse…
Hugo/Marcelo,

concordo em muita coisa com o que hugo disse ao longo dessas linhas. Não buscar o acerto, utilizando para tal a desculpa da falibilidade humana é um erro imaturo e muito comum da sociedade humana.

Neto

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