Ultraortodoxos tentam impedir parada gay em Tel Aviv

Marcha gay em Tel Aviv no passado (arquivo)

Cidade vai continuar como 'lar carinhoso para a comunidade gay', diz prefeito de Tel Aviv

Líderes políticos e rabinos ultraortodoxos enviaram uma carta ao prefeito de Tel Aviv exigindo o cancelamento da parada gay planejada para esta sexta-feira. O prefeito, Ron Huldai, anunciou que "a parada vai marchar e que Tel Aviv é um modelo de tolerância para todo o país".

O vice-primeiro-ministro de Israel e ministro do Interior, Eli Ishai, do partido ultraortodoxo Shas, lidera o protesto contra a parada.

Em uma carta ao prefeito da cidade, Ron Huldai, assinada por diversos líderes religiosos, inclusive deputados e os rabinos-chefes de Israel, o grupo exige que a prefeitura cancele a parada e afirma que "se a parada não for cancelada, pelo menos deve ser realizada em um lugar fechado, longe dos olhos de menores e do público cujos sentimentos podem ser feridos por esse evento".

Os autores da carta também afirmam que "um evento como esse deve ser realizado na periferia e não no centro da cidade, para não expor menores a conteúdos negativos".

Os ultraortodoxos exigiram que a polícia impeça "conteúdos sexuais, obscenos e pornografia" e que verifique se os participantes são maiores de idade e "que todos estejam vestidos e que não portem acessórios com conotação sexual negativa".

'Lar carinhoso'

O prefeito de Tel Aviv, Ron Huldai, que é do Partido Trabalhista, rejeitou veementemente as exigências dos ultraortodoxos e disse que "a cidade de Tel Aviv vai continuar sendo um lar carinhoso para a comunidade gay".

"Parabenizo a comunidade gay no dia de sua festa", disse o prefeito, "uma das características principais de Tel Aviv é a grande variedade de grupos e comunidades diferentes que vivem aqui e se sentem em casa", afirmou Huldai.

"Os valores de tolerância e pluralismo que guiam Tel Aviv há muitos anos não são palavras vazias, acreditamos realmente que todas as comunidades da cidade merecem o espaço e a possibilidade de se expressar".

Itai Pinkas, um dos líderes da comunidade gay, declarou que "pronunciamentos desse tipo (da carta enviada ao prefeito de Tel Aviv), quando feitos pelo ministro do Interior de Israel, são uma vergonha para o país".

"Mas não permitiremos que eles estraguem a festa de nossa comunidade", disse Pinkas.

A parada gay, que ocorre todos os anos em Tel Aviv, conta geralmente com a participação de dezenas de milhares de pessoas.

Já em Jerusalém, a comunidade gay vem enfrentando dificuldades e obstáculos para organizar paradas semelhantes.

Há três anos, um ultraortodoxo armado com uma faca atacou participantes de uma pequena manifestação gay no centro de Jerusalém, deixando um participante gravemente ferido.

Jerusalém, onde grande parte da população é religiosa, é bem menos tolerante do que Tel Aviv, onde a maioria é secular.
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