Espíritos enganadores e doutrinas de demônios

"Mas o Espírito diz claramente que nos últimos tempos alguns abandonarão da fé e seguirão espíritos enganadores e doutrinas de demônios" (1 Tm 4.1). Doutrinas de demônios são as que estão em desacordo com a Palavra, na contramão do que ensinam as Sagradas Escrituras. Homens influenciados pelo diabo inventam doutrinas, interpretam erroneamente ou alteram os textos bíblicos.O primeiro exemplo desse espírito de rebeldia declarada contra Deus está no primeiro livro da Bíblia. Vejam: "E o Senhor Deus ordenou ao homem: Coma livremente de qualquer árvore do jardim, mas não coma da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que dela comer, certamente morrerá" (Gn 2.16-17).

"Disse a serpente à mulher: Certamente não morrerão. Deus sabe que, no dia em que dele comerem, seus olhos se abrirão, e vocês, como Deus, serão conhecedores do bem e do mal" (Gn 3.4-5). Deus estabeleceu no Éden o princípio da obediência. Queria e quer ser adorado, reconhecido e recebido como Senhor, Criador e Todo-poderoso. Todavia, o diabo colocou dúvida no coração de Eva. De forma sutil, ele a convenceu de que as intenções de Deus eram outras. O Senhor era um egoísta e não queria dividir com o homem o conhecimento do bem e do mal. Estabeleceu-se ali no Éden uma rebelião, em que o homem se aliou ao diabo; entraram em acordo; firmaram um pacto. A partir daí, o diabo estabeleceria suas regras, suas leis e doutrinas para ampliar o conceito do "não morrerão" e do "serão como Deus". São doutrinas demoníacas as que negam a divindade de Jesus Cristo, e ensinam, por exemplo, que antes de Sua encarnação Ele era o arcanjo Miguel. Afirmam que Jesus, como todas as criaturas, passou por um processo de evolução até chegar ao seu estado atual de perfeição.

Mas a Palavra diz: "No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. E o verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade" (Jo 1.1,2,3,14). "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo" (Mt 16.16). As doutrinas de demônios negam a ressurreição corporal de Jesus. Dessa maneira, dizem que Jesus é mentiroso. O diabo é hábil em inverter os valores. Deus disse a Adão que a morte seria o salário da desobediência.

O diabo disse exatamente o contrário: desobedeça e você não morrerá. Adão desobedeceu, experimentou imediata morte espiritual e ficou sujeito à morte física. A humanidade está morta em seus pecados porque dá ouvidos à voz do pai da mentira, em vez de ouvir a voz da Verdade. Ora, sem a ressurreição de Jesus não existiria cristianismo: "Se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a nossa fé" (1 Co 15.14). Mas a Palavra diz: "Jesus disse-lhes: E o entregarão [o Filho do Homem] aos gentios para que dele escarneçam, e o açoitem, e crucifiquem, e ao terceiro dia ressuscitará" (Mt 20.19; cf. Mt 16.21; 17.9; 26.32). "E [Jesus] disse a Tomé: Põe aqui o dedo e vê as minhas mãos; chega também a mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente. Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu e Deus meu. Disse-lhe Jesus: Porque me viste, creste? Bem-aventurado os que não viram e creram" (Jo 20.26-29).

Na primeira aparição aos discípulos, Jesus disse: "Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e verificai, porque um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho" (Lc 24.39) Leiam o testemunho fantástico de quem fala com convicção: "O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos tocaram, isto proclamamos com respeito ao Verbo da vida. O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos para que tenhais comunhão conosco. E a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo" (1 Jo 1.1-3; cf. At 1.1-3, 10.40-42). Tais doutrinas negam a existência do diabo e seus anjos. Inteligente, astuto e mentiroso, o diabo nega sua própria existência. Ele se esconde por trás de suas doutrinas e planos.

Além de pai da mentira, é pai do ocultismo. Jesus disse que todos os que fazem a vontade do diabo, ou seguem seus conselhos, são filhos do diabo.O "pai da mentira" nega a salvação dos homens pela graça, mediante a fé (Ef 2.8-9), e ensina que o homem salva-se a si mesmo por suas obras, seus méritos, seus sacrifícios. Mas a palavra diz: "Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie. Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou antes para nós as praticarmos" (Ef 2.8-9). Logo, somos salvos PARA as boas obras, e não PELAS boas obras. Um dos mais belos exemplos de salvação pela graça e fé, que confirma Efésios 2.8-9, foi a salvação do ladrão que se arrependeu, reconheceu a divindade de Jesus e clamou por misericórdia. Ao que Jesus disse: "Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso" (Lc 23.39-43).

Jesus confirmava o que dissera em outra oportunidade: "Quem nele crê não é condenado" (Jo 3.18).A salvação do ladrão na cruz é xeque-mate para várias doutrinas antibíblicas. Primeiro, derruba o purgatório do catolicismo. Aquele ladrão tinha tudo de ruim para passar uma boa temporada no fogo brando do purgatório, essa estranha parada obrigatória entre o céu e a terra. Segundo, abate a tese da reencarnação, que nega a eficácia da morte sacrificial de Jesus para remissão de pecados. Esse ladrão tinha tudo para passar uns mil anos de galho em galho, vida após vida, expurgando suas faltas até atingir a perfeição. Terceiro, coloca por terra a tese do batismo após a morte, em que os mortos são batizados aqui na terra, para, só assim, obterem perdão. Quarto, contrapõe-se aos que rejeitam a divindade de Jesus, pois somente Deus pode perdoar pecados.Mas o diabo nunca se dá por vencido. Ele enfrenta o desafio com novas mentiras.

Ele, que teve o atrevimento de oferecer riqueza material a Jesus em troca de adoração para si, encontrou uma saída diante das evidências, embora pouco honrosa. Em lugar de "Em verdade te digo: "Hoje estarás comigo no paraíso", ensina outra coisa. Jesus teria dito: "Em verdade te digo hoje: Estarás comigo no paraíso". Muito estranho que Jesus afirmasse categoricamente, para não deixar dúvidas, que Ele estava falando naquele mesmo dia. Poderia Jesus dizer "te digo ontem" ou "te digo amanhã"? Ora, a afirmação de Jesus está compatível com tantas outras passagens, principalmente com o que ele ensinou através da parábola do rico e Lázaro: "Morreu o mendigo e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão" (Lc 16.22).

As doutrinas dos demônios negam a existência do Espírito Santo como pessoa da Trindade. Alguns dizem que o Espírito Santo é uma energia de Deus. Difícil admitir que uma energia fale, oriente, ensine, instrua, console. Vejam o que diz a Palavra: "Eu [Jesus] rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que esteja convosco para sempre, o Espírito da verdade que o mundo não pode receber..." (Jo 14.16-17). "Mas o Consolador, o Espírito Santo... vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito" (Jo 14.26). "Servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado... assim estes, enviados pelo Espírito Santo desceram a Selêucia..." (At 13.2-4).

As doutrinas de demônios também negam a existência do Dia do Senhor, um tempo escatológico em que Jesus, numa operação-resgate, levará a sua igreja visível e invisível, arrebatará vivos e ressuscitará mortos, como está definido em 1 Ts 4.16-17. Em decorrência, negam o Juízo Final, em que Deus julgará todos os povos. O diabo repete à saciedade a conhecida ladainha: "Deus, por ser amor, não castigará eternamente seus filhos"; "Deus dará uma nova chance, infinitas chances". Esquecem-se de que Deus também é justiça. Mas Jesus afirma: "Quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele...todas as nações se reunirão diante dele...E irão estes [os ímpios] para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna" (Mt 25.46). A Palavra não deixa margem para dúvidas: "As obras da carne são manifestas: imoralidade sexual, impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes.

Eu os advirto, como antes já os adverti: Aqueles que praticam essas coisas não herdarão o Reino de Deus" (Gl 5.19-21; cf. Ap 21.8). As doutrinas de demônios negam a inspiração divina das Escrituras. Não são poucos os que, por influência satânica, vasculham a Bíblia não para receber alimento espiritual, mas para detectar possíveis contradições. Outros se conformam com o conhecimento intelectual da Palavra de Deus. São capazes de lê-la várias vezes e até de decorar muitos textos, mas continuam mortos em seus pecados. Ora, a palavra de Deus é para ser vivida, praticada, ensinada e guardada no coração. Conhecer deve ter o significado maior de acolher, aceitar, guardar, seguir. Leiam: "Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra" (2 Tm 3.16).

Jesus disse: "Vocês estão enganados porque não conhecem as Escrituras nem o poder de Deus" (Mt 22.29). "Não rogo que os tires do mundo, mas que os protejas do Maligno...santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade" (Jo 17.14-19).A palavra do engano vem cheia de astúcia e malícia. Como disse o apóstolo Paulo, alguns crentes abandonarão a fé original para seguir o canto da sereia, e são por ela tragados. Poderíamos continuar citando muitas outras doutrinas da espécie. O Maligno é ousado e criativo. Sua teia está sempre armada para caçar os desavisados: "Sede sóbrios, vigiai. O vosso Adversário, o diabo, anda em derredor, rugindo como leão, buscando a quem possa tragar. Resisti-lhe, firmes na fé..." (1 Pe 5.8).O que fazer para não sermos enganados? Aprofundemo-nos no conhecimento e prática das Escrituras, pedindo a ajuda do Espírito Santo.

Os cegos desenvolvem a tal ponto a sensibilidade do tato que muitos são capazes de identificar as moedas ou cédulas falsas, pelo exame minucioso das ranhuras, espessura, peso e tamanho. Não porque conheçam muito bem o numerário falso, mas porque conhecem o verdadeiro. Conhecendo a verdade, facilmente reconheceremos a palavra do engano (Jo 8.32,36).

Pr. Airton Evangelista da Costa
Fonte:www.estudosbiblicos.com

Comentários

Massaa a palavra... tava precisando de um texto com esse estudo! Abração. É Marcelo que tah postando?! Fica na paz querido!

Postagens mais visitadas deste blog

A UNIÃO ENTRE OS IRMÃOS

Evangélicos praticam o nudismo “sem culpa” em praias brasileiras

Mateus 6:16-18