Evento evangélico reúne multidão de jovens para discutir protestos no Brasil

Assim como as manifestações populares no Brasil levaram multidões as ruas do país, a 9ª edição do Usina 21 também levou milhares de pessoas à Universidade Presbiteriana Mackenzie, no último sábado. Sob o tema, “A voz de Deus e a voz das Ruas”, o principal encontro de juventude cristã e engajamento do país, realizou a maior edição de sua história e debateu as recentes manifestações no Brasil fazendo com que o espaço da universidade ficasse pequeno, com quase 3.000 participantes.

“Foi incrível. Fomos surpreendidos com a explosão de público que houve nessa edição”, explicou o idealizador do evento, deputado estadual e pastor, Carlos Bezerra Jr. “Sair às ruas e protestar é muito mais fácil do que se organizar e trabalhar pelas mudanças que desejamos. Nós entendemos essas mudanças a partir da ótica dos valores do reino de Deus. O Usina discute temas que não são discutidos na igreja, para que os jovens saiam daqui inspirados para trabalharem pela transformação da realidade em suas comunidades e igrejas locais”, complementou Bezerra Jr.

O preletor principal do evento foi o pastor sul-coreano, Eugene Cho, idealizador de movimento de combate à pobreza mundial e criador da ONG One Day’s Wages, que estimula jovens a doarem o salário de um dia de trabalho no ano para causas humanitárias. “Todos nós temos sonhos. Mas a força para realizá-los ou não, está no que cremos. Assim como a One Day´s, o Usina 21 nasceu de uma visão, e hoje muda a trajetória de vida de muitos jovens”, explica Eugene.

Além do parlamentar e do ativista, o evento contou com mais de 30 palestrantes e 40 oficinas nas áreas de ativismo social, história, espiritualidade e sustentabilidade. Para Anna Penido, ex-coordenadora da Unicef-Brasil, uma das preletoras do evento, o Usina é um espaço que contribui para que o jovem possa aprender a exercer cidadania. “É fundamental ter trazido essa insatisfação que foi mostrada nas ruas às claras, para que possamos ajudar esses jovens a entenderem como eles podem transformar a realidade”, explicou.

“O Usina é um espaço para que se discutam pensamentos, e se criem formas para que eles saiam daqui e alcancem a sociedade. Manifestações são legítimas, mas precisam de pauta. Penso que a igreja não tem sido tão atuante quanto deveria nas manifestações, por isso, este espaço é fundamental“, comentou Ed René Kivitz durante painel de debate sobre as manifestações.

“Este evento marca um novo momento do cristianismo no Brasil, pois leva milhares de jovens de diferentes denominações à formação de uma profunda consciência e justiça social, mediante encontros marcados por criatividade, excelência, dinamismo e forte conteúdo cristão”, afirmou Antônio Carlos Costa.

O encontro também foi marcado por muita música, com a abertura da banda Palavrantiga, e shows de Daniela Araújo e Coral Resgate. “É um prazer imenso estar aqui e saber que existem jovens que se reúnem para debater o futuro de nosso país”, diz Daniela Araújo durante sua apresentação. “Cantar em um evento com essa temática é, no mínimo, maravilhoso”, contou Marcos Almeida, vocalista do Palavrantiga.

A lotação não foi impedimento para a diversão dos jovens. A estudante Pâmela Amaral, 20, comandou caravana que veio de Atibaia com mais de 40 pessoas. ”Foi fantástico. O evento me fez pensar em como posso servir melhor ao meu próximo”, explicou. O arquiteto Carlos Henrique, 29, chegou às 6 horas da manhã na fila. ”Faria tudo de novo. Se pudesse, chegaria até mais cedo, porque sei que no próximo Usina muito mais gente vai participar. Quero garantir minha vaga”, contou.

Para aqueles que participaram e para aqueles participarão das próximas edições, Bezerra Jr. deixa um recado: “Não estamos aqui com as respostas prontas, mas com as perguntas certas. O desafio é que a gente, reflita, dialogue, debata, mas que saia daqui inspirado para transformar esse mundo com um cristianismo diferente do cristianismo da prosperidade, do ‘dinheirismo’, do consumismo e da ostentação. Estamos aqui pra provar que existe um jeito de ser cristão sem ser preconceituoso, sem ser racista, sem ser alienado, sem dar os ombros para as coisas pelas quais toda a sociedade está clamando”, finalizou Bezerra Jr.
Com informações PAVABLOG

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