Gripe A(H1N1) leva rabinos a mudança de hábito de beijar objeto santo em Israel

O alastramento da gripe A (H1N1)-- em Israel está levando líderes religiosos a rever costumes profundamente arraigados na tradição judaica e instruir os seguidores a mudá-los para impedir a propagação da doença. O rápido aumento no número de casos de gripe suína em Israel gera dilemas de caráter religioso. Um deles se refere a um antigo costume da tradição judaica, de beijar a mezuzah, um objeto instalado no umbral das portas de residências judaicas que contém um pergaminho dobrado, em hebraico, com trechos da principal oração do livro Deuteronômio, do Velho Testamento. Pessoas religiosas costumam beijar a mezuzah ao entrar e sair de casa e o objeto também é colocado nos umbrais de portas de instituições públicas, inclusive em hospitais.
O beijo não é direto, as pessoas costumam tocar na mezuzah com a mão e depois levá-la aos lábios.

De acordo com o medico Ilan Yungster, do hospital Assaf Harofeh, a mezuzah pode ser uma "colônia de bactérias" e portanto o costume não é recomendável. O médico também afirmou que, "por ser um objeto religioso, existe um receio de desinfetar a mezuzah". Segundo o site de notícias Ynet, vários médicos afirmaram que bactérias podem sobreviver por longos períodos na superfície de todos os tipos de objetos, mas se negaram a mencionar especificamente a mezuzah, "por não querer complicações com os rabinos". O grão-rabino de Israel, Shlomo Amar, afirmou que pessoalmente pretende continuar com o costume mas disse que "se há perigo, deve-se beijar ''o ar''".

O rabino mencionou a possibilidade de que as pessoas não toquem diretamente no objeto e afirmou que, se o Ministério da Saúde emitir uma instrução oficial contra o beijo à mezuzah, "recomendo colocar a mão perto dela e depois beijar, para não perder esse costume bom e importante".

Hospitais

Com o agravamento da gripe suína, as autoridades médicas recomendaram que o público evite visitas aos hospitais. Essa recomendação também gera um dilema para o público religioso, que costuma seguir outro preceito bastante arraigado na tradição, que é o de visitar os doentes.

A rádio religiosa Kol Hai informou que vários rabinos autorizaram seus seguidores a cumprir as instruções das autoridades médicas e não ir visitar os doentes nos hospitais. De acordo com o Ministério da Saúde, nas últimas duas semanas, o número de infectados pela gripe suína em Israel aumentou mais de três vezes.

Desde julho passado, as autoridades instruíram os hospitais a realizarem exames específicos da gripe apenas em caso de doentes crônicos ou de mulheres grávidas, portanto não se sabe o número exato de pessoas infectadas no país. Foram registrados sete casos de morte pela doença desde o início da epidemia e atualmente 13 doentes infectados encontram-se hospitalizados em estado grave.

Fonte: Folha on-line

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