Vereador paulistano quer CPI dos templos

Trabalhos na Câmara de São Paulo começam com polêmica sobre investigação em igrejas.

Na reabertura dos trabalhos legislativos na Câmara Municipal de São Paulo, ontem, ficou claro que a fiscalização sobre templos evangélicos será um dos temas mais polêmicos do semestre. Na primeira sessão do ano, o centrão – bloco formado por vereadores do PMDB, PTB, PR e legendas menores – e a oposição protocolizaram pedidos para a abertura de três Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) com objetivo de fustigar os evangélicos e, por tabela, atingir o prefeito Gilberto Kassab (DEM). Um pedido, apresentado pelo vereador Adilson Amadeu (PTB), propõe a investigação de todos os templos religiosos da cidade. A iniciativa surge na esteira da repercussão do desabamento do templo-sede da Igreja Renascer em Cristo, no bairro do Cambuci (zona sul), no último dia 18. A queda do teto do prédio provocou a morte de nove fiéis e deixou mais de cem feridos.



O pedido de investigação das igrejas irritou o líder do DEM, Carlos Apolinário, evangélico ligado à Igreja Assembleia de Deus. “Não vi o mesmo empenho dos vereadores em outros casos de desabamento”, questionou. Integrantes do centrão, Adilson Amadeu e Aurélio Miguel (PR) rechaçaram a acusação de que a CPI teria caráter meramente político. “Há um fato determinado”, disse Amadeu, referindo-se à tragédia da Renascer. Mas Miguel contemporizou, sugerindo que a Comissão apure irregularidades em todos os tipos de imóveis, e não apenas nos templos. “É a forma que temos de pressionar para trazer legalidade à cidade”, justificou o parlamentar.



No fim de semana, a Justiça paulista negou o pedido de interdição de 108 templos da Renascer, feito pela promotora Mabel Tucunduva, do Ministério Público. Ontem, os peritos da Polícia Científica terminaram o trabalho de campo no templo que desabou. O laudo da perícia, iniciada no dia seguinte à tragédia, deve sair em 30 dias. Foram retiradas oito das 14 tesouras, como são chamadas as estruturas que sustentavam o telhado. A partir de agora, as investigações seguem no Instituto de Criminalística, no Butantã. Mas ainda não há data definida para que moradores das casas ao lado do templo possam retornar. Ao todo, nove imóveis tiveram de ser interditados enquanto durarem os trabalhos de demolição, que seguem lentamente para evitar maiores danos às construções vizinhas.

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