Muita oração, muito poder

Conta-se que os moradores de uma cidadezinha castigada pela seca, no Texas, resolveram orar por chuva. Procuraram o pastor local e pediram-lhe que convocasse uma reunião especial de oração. O pastor concordou alegremente, e a reunião foi marcada. Os moradores se ajuntaram, num começo de noite, ao pé de um monte para orar a Deus pedindo chuva. Quando o pastor chegou, contemplou o agrupamento por alguns minutos e decidiu: "Vamos voltar para casa. Por que orar se vocês não trouxeram guarda-chuvas?"
O que é a oração?Sabemos da dificuldade de alguns acerca do valor e da eficácia da oração; principalmente quando ouvimos, ou lemos, ensinamentos que distorcem o conteúdo das Escrituras. Estamos sempre a lidar com os extremos: Pessoas que oram, crendo que sua oração determina os atos de Deus, e pessoas que não oram, por acharem que de nada adiantará, devido às decisões divinas.O que fazer? Orar, não orar, orar muito, orar pouco, orar sentado, em pé, de joelhos, ... será que deitado vale? O que fazer?
Há grande quantidade de passagens bíblicas que tratam acerca da oração. Poderíamos nos ater a um único texto, sugando seus ensinamentos; no entanto, nenhum único texto seria completo. Assim, iremos nos basear em alguns textos, objetivamente, a fim de sermos despertados quanto ao valor e a necessidade de orarmos.
Distorções acerca da oração:
A oração, em si, não possui poder místico, sobrenatural. Há pessoas que são consideradas poderosas por suas orações, a ponto de serem procuradas até por quem não as conhecem diretamente; o objetivo é o de conseguir da parte de Deus algo que satisfaça suas necessidades, por intermédio da pessoa que ora. No entanto, a Bíblia nos apresenta um exemplo bem diferente no que diz respeito à oração eficaz - na parábola do fariseu e do publicano, proferida por Jesus em Lucas 18.10-14. Seguindo o modelo apresentado por Cristo, uma oração bem sucedida é aquela em que há humildade, disposição de ouvir, e prontidão em exaltá-lo.
A oração, em si, não amarra satanás e seus demônios. Não encontramos em nenhum texto das Escrituras a idéia de que satanás está à mercê das orações dos fiéis. Mas sim que devemos estar em comunhão com Deus, objetivando resistir ao inimigo a ponto de termos sua indesejável presença longe de nós (Ef. 6.10-18). A oração não nos dá o direito de brincar com quem quer que seja, incluindo nosso inimigo espiritual. A ordem de Deus é "vigiar, orar, resistir ao diabo e ele fugirá". A oração, sim, é um meio de expressar a simplicidade e limitação do crente e a grandiosidade e poder de Deus que usa ferramentas falhas para estabelecer Sua vontade.
A oração, em si, não nos torna deuses.
Há um adágio evangélico que diz: "a oração move a mão de Deus". No fundo, a idéia é a de que podemos direcionar nossa vida, fazendo com que o Senhor opere a nosso favor. O único problema, apesar da atraente proposta, é que a Bíblia não nos ensina assim - podemos usar dois textos para realçar a realidade bíblica: Lucas 11.9-13: "[...] ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?" . Cristo afirma que independentemente do pedido do filho, o Pai saberá dar aquilo que ele realmente necessita. E, se ligarmos este com o próximo texto, veremos o porque do Espírito como resposta de Deus.Romanos 8.26: "também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis.". Por vezes, nos deixamos levar por nossos desejos particulares e nos tornamos porta-vozes de pedidos egoístas, ou pedidos que não objetivam glorificar a Deus. É nesse ponto que Paulo afirma a atividade divina do Espírito, clamando ao Pai por aquilo que realmente precisamos. Quantas vezes brigamos com Deus por não entendermos Sua resposta, e dias depois, olhando para trás, agradecemos a Ele por aquilo, nos redimindo e exaltando-o?
Cuidados acerca da oração:
A oração é a ação de maior intimidade do homem para com Deus. Cristo pode ser citado como o maior exemplo, pois buscava ao Pai em orações secretas - "Ele, porém, se retirava para lugares solitários e orava." (Lc. 5.16). E ele próprio nos ensinou isto - "tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará." (Mt. 6.6). Orar é conversar com Deus. É considerá-lo um amigo, um confidente; alguém que realmente pode nos ajudar. Alguém que saberá guardar segredo, e que respeitará nossa intimidade. Com que freqüência e intimidade você tem buscado a Deus?
A oração, também, deve ser a ação de mútua comunhão com o Senhor.Não oramos somente em particular, mas também em grupo, nos cultos, nas diversas programações. Momentos onde há participação consciente de que o Senhor é o alvo. Esta realidade está estampada nas Escrituras - "se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra. Estarão abertos os meus olhos e atentos os meus ouvidos à oração que se fizer neste lugar." (2 Cr. 7.14-15).Quando nos dirigimos a Deus, devemos fazê-lo sem a preocupação demasiada no que os outros irão achar daquilo que ouvirão. Muitos se preocupam mais com a reação dos irmãos para com a sua oração, do que com a reação daquele à quem dirigimos nossas palavras.
A oração deve ter seus propósitos. Louvar e agradecer ao Senhor (Mt. 6.9-10). Pedir (Mt. 6.11-13). Destacar a soberania de Deus em nossa vida (Mt. 6.13b). Como o Senhor nos exorta, devemos orar, sem cessar! Vamos orar?


Fonte: www.ibe.org.br

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