“Mudança que Só a Cruz Pode Fazer”

Apenas frequentar a igreja nunca será o suficiente para que mudanças aconteçam em nossa vida; precisamos exercitar nossa total dependência do Senhor. Esse exercício se torna eficaz quando incorporamos a Palavra de Deus em nosso coração. O ensino da Palavra de Deus não tem sido prioridade hoje em dia no contexto das igrejas. Infelizmente, muitos cristãos não tiram nem um tempinho por dia para lerem e estudarem as Escrituras; não a consideram tão importante e negligenciam a afirmativa básica de Jesus em Mateus 22:29  “Respondeu-lhes Jesus: Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus”. O evangelho sem a Bíblia é Light, Fast Food – é artificial e sem nenhuma profundidade. Digo isso por experiência própria: as classes de Escolas Bíblicas Dominicais passaram a ficar cada vez menos frequentadas e vazias.Temos tempo para tudo, menos para a Causa do Senhor. Não estamos preocupados com as advertências do Senhor sobre a importância de conhecermos e praticarmos Sua Santa Palavra. Isso é tão sério que o Senhor adverte em Jeremias 23:29: “Não é a minha palavra fogo, diz o SENHOR, e martelo que esmiúça a penha?”  E Ele ainda nos exorta emTiago 1:23: “Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto natural”.

           Não devemos apenas carregar a cruz quando somos obrigados, mas devemos carregá-la quando somos libertos pelo Senhor Jesus, reconhecendo que somente Ele nos ajuda a carregar a cruz.

          Em toda a Bíblia encontramos uma única passagem onde uma pessoa foi obrigada a carregar uma cruz. O texto esta registrado emMarcos 15:21, e é nosso texto para a presente reflexão: “E obrigaram a Simão Cireneu, que passava, vindo do campo, pai de Alexandre e de Rufo, a carregar-lhe a cruz”.

            Simão Cirineu foi obrigado a assumir a cruz, mas depois desse evento ele nunca mais foi a mesma pessoa, conforme veremos adiante; ele se tornou uma grande benção para a Igreja Primitiva.

          No registro do evangelista Marcos está relatado que Simão Cireneu estava vindo do campo, isso era pela manhã, haja vista que o “terror da crucificação” começava na hora terceira (às 9 horas da manha). É bem provável que Simão Cireneu estivesse trabalhando à noite inteira, guardando algum tipo de rebanho à noite e encerrando seu plantão pela manhã. Imaginem, depois de uma noite de trabalho cansativo, era fora obrigado a ajudar um “Desconhecido”, e que Desconhecido, a carregar uma pesada cruz ao Monte Calvário de aproximadamente 900 metros acima do nível do mar.

          Certamente Simão era africano, pois Cirene era uma cidade ao norte da África. Assim, nossos irmãos africanos também foram e são úteis no Propósito do Pai. Esse também foi o primeiro encontro da África com Jesus.
          Quando estudamos o texto em sua riqueza, vemos que Simão Cireneu carregou a cruz sob ameaça; talvez se aproveitaram de sua posição social e racial.
          Simão Cireneu é o retrato de muitos crentes hoje em dia que enxergam o Evangelho como um peso, um fardo, uma “pesada cruz”. Alguns dizem que somos pessoas caretas que nos reunimos em um lugar chato, artificial, e ficamos ouvimos um tremendo “bla- blá bla”. Nada mais longe da verdade.
          O Senhor nos adverte para não termos e não causarmos uma aversão ao Evangelho, para  não vermos a igreja como um lugar desconfortável e que Cristo não é, nunca foi e nunca será um fardo para ser carregado.

          O fato de Simão Cireneu ter carregado a cruz o fez dele uma benção, o que pode facilmente ser percebido quando o vemos novamente em cena, agora o registro é em Atos 13:1 “E na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé e Simeão chamado Níger, e Lúcio, Cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes o tetrarca, e Saulo.” Ele agora não carrega a cruz de forma forçada, agora ele é um servo fiel de Jesus Cristo. Esse Simão Níger, mencionado no texto acima é o mesmo Simão Cireneu de Mc 15:21. Agora, Simão Cireneu é um líder na Igreja Primitiva. Simão agora assume a cruz como sua e é um dos responsáveis para impor as mãos sobre Paulo e o enviar ao campo missionário.

          Tomar a cruz é fundamental para aquele que quer servir a Jesus Cristo, é isso que confere sentido à nossa existência e nos faz instrumento útil nas mãos de Deus. A vertente da cruz, em seu sentido mais amplo nos une a Deus e também ao próximo, nos reconciliando em só Corpo (Ef 2:16), sem nenhum tipo de diferença, raça, ou posição social.
          Quando assumimos a Cruz de Cristo, trabalhamos em um só propósito que é glorificar ao Rei Jesus e fazer Seu Nome conhecido aqui na Terra. Reconhecemos que há tanta deficiência e imperfeições no Corpo, mas isso não é por causa do Corpo, a Cabeça é Perfeita, mas os membros pensam e agem diferentes. Entretanto, são essas diferenças que nos fazem iguais. E como era diferente Simão Cireneu, negro africano do apóstolo Paulo, por exemplo, judeu, ex-fariseu, doutro da lei, mas ambos úteis no Reino no limite de suas instrumentalidades.

          Pode e deve haver diferença no Corpo de Cristo, mas não pode haver divergência. Com a vida de Simão Cireneu aprendemos que o Senhor honra àqueles que assumem a cruz e segue ao Senhor Jesus, não importando sua cor, seu status, posição social.

Unidos na mesma unção, na esperança da salvação.                                  
Gilvan Silva Santos, servo do Deus Altíssimo em espírito, alma e corpo (I Tes5:23)

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