Quando e como o Senhor quer

Estudos sobre os efeitos da intercessão mostram que a ação divina não tem compromisso com a lógica das metodologias

Ao longo dos tempos, medicina e fé nunca se deram lá muito bem. Se, de um lado, os profissionais de saúde costumam atribuir a possibilidade de cura aos corretos tratamentos, por outro, muitos religiosos tendem a maximizar a importância da intervenção divina em detrimento da eficiência médica. De uns tempos para cá, contudo, tem havido uma frutífera aproximação entre os dois segmentos. Tanto, que um estudo recentemente realizado pelo Departamento de Pesquisa de Saúde dos Estados Unidos concluiu que a maioria – 70% – dos médicos pesquisados acreditam que milagres acontecem ainda hoje. Ainda assim, menos de 29% acreditam que os resultados dos tratamentos têm relação com “forças sobrenaturais” ou “ação de Deus”. Mais de 1,1 mil profissionais de saúde participaram da pesquisa.

Há, nos estudos sobre oração na medicina, uma linha que demarca a batalha entre santos e céticos: os cristãos procuram a prova científica da eficácia da oração. Já os críticos buscam o contrário – minar a fé religiosa. Seja bom ou não, muitas tentativas têm sido levadas a cabo no sentido de avaliar o papel exercido pela intercessão na cura. O primeiro estudo conhecido foi publicado em 1872, pelo inglês Francis Galton, autoridade em várias ciências, que não encontrou qualquer evidência estatística de que a oração prolonga a vida de pessoas enfermas. Ressalte-se, que à sua época, levantamentos do gênero careciam de rigor científico.

Mais recentemente, vários experimentos com oração chamaram a atenção de evangélicos ansiosos para encontrar ligação entre fé e ciência. Um estudo de 1983, de Randolph Byrd, elevou os ânimos de forma especial. Ele observou 393 pacientes da cardiologia do Hospital Geral de São Francisco. Cerca de metade recebeu oração de pessoas consideradas cristãos consagrados, que oravam diariamente e eram ativos em suas comunidades religiosas. A outra metade, que serviu como grupo de controle, não foi alvo de nenhuma ministração de natureza espiritual. Nesse estudo, a melhora dos que receberam orações superou de forma significativa a observada entre os integrantes do grupo de controle. Mesmo assim, não se pode dizer que o trabalho de Byrd tenha sido capaz de servir de evidência da atuação direta de Deus na cura, já que foi criticado depois de sua publicação por ter apresentado medidas de resultados inválidas, métodos estatísticos inapropriados e suspeita de erros.

Leia mais>>

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A UNIÃO ENTRE OS IRMÃOS

Evangélicos praticam o nudismo “sem culpa” em praias brasileiras

Mateus 6:16-18